Uma mente singular

Você já se perguntou quantas pessoas existem no mundo? Quantos estão pensando em você, dormem tranqüilamente ou simplesmente estão sonhando neste exato momento? Eu digo, uma infinidade. Joe já escreveu muitos textos sobre esse 'número'. Ninguém sabia ao certo qual a quantidade certa, mas, para Joe, uma certeza prevalecia, uma realidade não apresentada batia forte em seu peito, forte suficiente para não conseguir dormir enumeras noites, suficiente para sua respiração se tornar algo difícil de controlar.

Ataques de solidão e medo o sufocavam. Mas ele não estava completamente sozinho... Possuía amigos, amigos verdadeiros que o ajudavam nos momentos mais assustadores e incertos que jamais imaginaria presenciar. Thatz, como estava acostumado chamá-la, era uma das que se destacava, sua bondade surpreendente e sua atenção incomum faziam com que seu lindo rosto brilhasse ainda mais. Estavam separados por longos 1100 Km. Mas, de alguma forma, todas as noites, durante algumas horas, eles ficavam próximos, próximos o suficiente para ouvirem seus suspiros mais profundos, para sentirem o palpitar mais apaixonado de um coração acorrentado por um sorriso maldoso. Uma dia conversaram sobre seus futuros, com quem estariam 'amanha'. Ela gostava de garotos com 20 anos ou mais. Não, é brincadeira. A verdade é que ela, com poucas palavras, fazia com que Joe contasse seus pensamentos mais obscuros. Não existiam exceções, todos os dias algo novo saía de seu coração e mente. Nesse dia ele filosofou de uma maneira metafórica: “Nós somos como panelas, e não muito diferentes das outras, possuímos nossas respectivas tampas. Muitas vezes somos empurrados na direção de tampas tortas, levemente quebradas... e por mais que pareçam encaixadas, percebemos que não fomos feitos para tais peças. Mas, algum dia, bem no fundo do balcão de mármore, alguém encontra o encaixe perfeito... Fazendo com que todo aquele presente desconfortante se transforme em passado.

Joe pensou ter encontrado a 'sua tampa', aquela com quem iria compartilhar tudo ao meu redor. Mas estava enganado. Talvez ele preferisse ficar com alguma que lhe causasse uma sensação 'diferente'. Aquela garota com quem dormiria abraçado no pilotis de um bloco antes de encarar um cansativa e longa tarde de estudos, ou até mesmo deitar sobre um lençol esverdeado na grama gelada na noite do dia 12 de Junho.

Esse era o Joe Perry e, naquela época, possuía 16 anos. Com certeza as pessoas não sabiam muito sobre ele; ainda bem que não. Mas, algum dia, não muito distante daquele, ele faria a diferença, seria reconhecido, realizaria seus maiores desejos e publicaria seu sonhado romance. Não o conhece? É de se imaginar. Ok, esse era o Joe Perry e, naquela época, possuía 16 anos. Dezesseis, um número incrível. Massa atômica do Oxigênio, tempo necessário para fazermos uma pizza, o mesmo tempo para sermos levados pelo ônibus para mais um dia de aula. Dezesseis, a quantidade de minutos que Joe aguardava de manhã para abraçar sua namorada, aguardava. A idade com que ele sonhava encontrar o amor... Mas é tarde, hoje Joe tem 17 anos.

Sim, ele tem dezessete... Mas ainda está na época em que abrimos nossos corações para desfrutar de sentimentos que jamais imaginaríamos existir, e quão bom seria possuí-los. Joe era novo, tinha uma vida inteira pela frente. Mas quem disse que seria fácil? Sua vida baseava-se no amor, por isso toda a complicação. Nada é fácil tratando-se de algo que envolve duas pessoas, duas almas gigantes, um par de sonhos inacabados e uma estrada enorme pela frente, estrada essa que iria para um lugar desconhecido, um lugar longe dali. E é nesse percurso que encontramos o principal da vida, obstáculos jamais fantasiados, nos decepcionamos com as pessoas que jamais pensaríamos que iriam nos desapontar. Mas... Sabe aquela frase de que “só na noite que conseguimos ver as estrelas”? Ela é verdadeira. São nos momentos mais difíceis que encontramos forças para fazer uma nova prece e seguir em frente. A noite se torna algo inevitável. Apenas abra seu coração para os sentimentos mais estranhos e acostume-se com ela.

Mais um pedágio da vida

Sabe o Shakespeare? Aquele romantista... O mesmo que engrandece todos com suas frases e pensamentos... É, uma vez ele escreveu: “... Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém. Posso, apenas dar boas razões para que gostem de mim, e ter a paciência para que a vida faça o resto”.

Ele está certo. Não podemos exigir gestos carinhosos, faça o que tem de ser feito; escreva cartas, se for preciso, faça mil desenhos apenas para arrancar um sorriso da pessoa que você ama, dê motivos para que gostem de você, enfim, aproveite sua vida, agradeça cada momento, cada abraço que receber, cada suspiro que derem em seu ouvido... Pois são poucos os que presenciam tais maravilhas.

Tenha medo, tema o futuro, tema perder o amor de sua vida, assuste-se quando estiver próximo de ter seu coração partido. Tudo isso faz parte. Pois somente dessa forma alguém aparecerá para te proteger. Sim, Shakespeare disse que a vida fará o resto... Será mesmo? E se não fizer? Não se preocupe, ela fará. Se você sente frio a cada manha de inverno e não existe ninguém ao seu lado para te abraçar, ela fará com que apareça alguém... E esse alguém será lembrado por você em cada momento de solidão. Se você escreve cartas para sua namorada, compra rosas e mesmo assim não recebe algo em troca, não se preocupe. Isso nao significa abslotumente nada. Não é por que ela não te manda mensagens que significa que não te ame, ou é? Está aí um dilema. Mas eu sei de uma coisa, existe alguém que ora por você toda noite antes de dormir, reza para que quando acorde você esteja ao seu lado, ou que diga ‘eu te amo’ olhando em seus lindos olhos. Que a abraçe sobre os raios solares que iluminam seus longos e cumpridos cabelos negros.

É normal sentir medo, talvez Willian também tenha sentido. Mas e daí? Tragédias acontecem. Mas o que você vai fazer? Abrir mão? Desistir de tudo? Não. Agora eu sei que quando você tem seu coração partido, tem que lutar com tudo para ter certeza de que está vivo. Porque está! E aquela dor e todo o desconforto que está sentindo... É a vida. Toda a confusão e o medo estão ali para te lembrar que em algum lugar existe um rosto desacordado esperando por você, algum lugar longe destas quatro paredes que, apesar de serem rígidas, não detêm as apavorantes ventanias que sopram em direção a seu peito.

Uma vez um grande amigo me disse: “Não falaram que seria fácil, mas sim que valeria à pena...”. Faça o mesmo que eu, ouça-o.

Uma confluência de caminhos

Uma vez Larry Norman pediu desculpas a Robert Frost da seguinte maneira: "Duas estradas se bifurcaram no meio da minha vida, ouvi um sábio dizer." Não se sabe ao certo quais os motivos para tal conversa... Mas talvez possa se fazer a mesma afirmativa que Larry.

Início da primavera do oitavo ano do novo século quando se conheceram. Três semanas conversando pelo computador quando finalmente, por acaso, ele a encontrou entre um dos dois corredores paralelos da biblioteca. Inesquecíveis momentos de verdadeira alegria foram presenciados. Por fim, o esperado aconteceu: chegaram as ferias e tudo acabou. Mas as poucas semanas de felicidade fez com que quatro meses de pura angústia não fizessem o menor impacto...

Era o primeiro bimestre do ano seguinte quando ele conheceu outra garota... Uma linda blusa rosa e um maravilhoso jeans a vestiam parecendo que foram feitos especialmente para aquele corpo. Foi em uma pizzaria que tudo começou. Nenhuma palavra foi dita durante toda a noite, talvez pelo fato de estarem íntimos apenas por mensagens instantâneas. Nenhum dos dois jantou naquele dia. Eram raros os momentos em que seus olhares se cruzavam, mas quando isso acontecia... Uma dúzia de segundos que pareciam intermináveis contaminava suas almas com cinco mil litros de timidez. Na hora da despedida, um pequeno e doce beijo...

Onze de Fevereiro foi o dia no qual uma nova estrada de sonhos, esperança e mágica surgiu paralela à construída por infinitos risos meses antes. Momentos maravilhosos foram presenciados por três jovens, mas alguns nada amigáveis vieram com uma rapidez considerável; como se borrachas estivessem fazendo de tudo para apagar aqueles corações, corações possuidores de uma bondade maior que de muitos outros. São incontáveis as noites em que ele se pega deitado olhando para o teto azul de seu quarto imaginando como seria se nada daquilo tivesse acontecido. Se apenas acordasse antes do sol nascer, conversasse com alguns amigos e entrasse pelos portões esverdeados para estudar. Portões que aprisionaram a vida de um adolescente durante sete anos. Porém, uma quantidade enorme de bons motivos, faz com que ele não se sinta ameaçado por tais palavras frias. Como e com quem ele estaria agora?!

São muitas as pessoas que se perguntam se somos nós que fazemos os 'momentos' ou se são eles que controlam nossas vidas... No que você acredita? Acredita que pode conseguir tudo que quiser? Paz? Dinheiro? Amor? Acredite, porque você pode. Faça uma prece e coloque no seu coração. O que você quiser, tudo o que conseguir imaginar. Você fez? Que bom. Agora acredite que pode se tornar realidade. Nunca se sabe de onde o próximo milagre pode vir, o próximo sorriso, o próximo sonho tornado realidade. Mas se você se apegar aos sentimentos que sente quando faz um pedido, se acreditar que está bem ali na quadra ao lado... E abrir seu coração e mente para essa possibilidade, para essa certeza... Você vai acabar conseguindo aquilo que deseja. O mundo gira em torno de si mesmo, ele é cheio de mágica, você só precisa acreditar nela.

Então faça seu pedido. Você tem? Que bom. Agora acredite nele com todo o seu coração...

Dias incontáveis

Nada tão apavorante. Quatro paredes, um calendário e uma mente preparada para se superar. Sim, ele estava trancado. Mas sabia que em algum lugar existia algo, algo tão significativo que em poucos segundos tudo daria rumo à sua vida, iluminaria toda a escuridão e desconforto que enfrentara durante os longos dias de sua caminhada para algum lugar longe dali. Não se encontrava em outro lugar a não ser sentado em sua cadeira preta frente ao computador. Não se preocupava em abrir sua mente e ouvidos para sentir as infinitas musicas que o rodeavam, que o faziam abrir um sorriso sem possuir o menor motivo. Vivia sozinho. Era comum se pegar observando calmamente um enorme calendário que se encontrava logo acima pregado em uma das paredes, pregos esses que trancafiavam incontáveis risadas, historias... Sonhos. Pequenos rabiscos eram feitos dia após dia para que tudo ficasse armazenado nos diversos cubículos desenhados nos doze meses. Coisas tristes o aterrorizavam. Mas e daí? Algum dia tudo iria melhorar.

Era noite, e ele foi para a janela... Você já olhou para o céu? Brincou de contar estrelas? Já se perguntou como seria se o 'hoje' não tivesse acontecido? Olhou? Olhe de novo. Mas desta vez abra seu coração e sua mente. O universo mudaria se houvesse um quadrado a menos no calendário, uma risada, uma conversa com sua namorada ou ate mesmo um 'oi' para alguém desconhecido. Não precisa ser um dia, poucos minutos são suficientes para caminhar do céu a um lugar não tão maravilhoso assim. Independente se tiver acontecido algo horrível, não esqueça desse dia. Amanha não será assim, eu te garanto. Acredite que algo bom vai lhe acontecer. Todos nós erramos. O mundo erra. Mas, de alguma forma, sempre restam pelo menos 10 segundos para 'começar do zero'. Então faça sua prece. Era o que ele fazia antes de deitar e ir para um lugar fora desse mundo, algum lugar onde somente duas pessoas existiam. Nunca conseguiu ver quem era. Mas ele sabia que fora daquelas paredes, em algum lugar, em um certo momento, eles se encontrariam. Esse alguém diria para ele que não seria assim para sempre. E seria nesse momento que tudo se tornaria mais claro. Sabia que uma esperança incomum o cercava, um sonho inconstante se alimentava a cada piscada dada frente ao calendário. Sonhos existem. E ele não deixava os seus serem apagados pelo tempo. Estavam ali, escondidos. Trancafiados num lugar nada tão apavorante. Quatro paredes, um calendário e uma mente preparada para se superar...